quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Análise do filme: A Mansão do Inferno (1980)

Título Original – Inferno
Diretor: Dario Argento
Produzido na Itália


O filme dirigido por Dario Argento, conhecido por sua influência no cinema de terror, é a segunda parte da chamada “trilogia das mães bruxas” (que não chegou a ter uma continuação) que gira em torno da história das Três Mães Bruxas, Mater Suspiriorum, antagonista central do primeiro filme “Suspíria”, Mater Tenebrarum e Mater Lacrimarum.

Em A Mansão do Inferno, Rose Elliot, uma jovem poetiza que vive em Nova York, compra um livro antigo intitulado “As Três Mães”, escrito por um arquiteto e alquimista chamado Varelli, relatando seu encontro com as três mães do inferno. Ele construiu uma casa para cada uma delas, uma em Friburgo, outra em Roma e a terceira em Nova York. Após ler o livro, Rose fica extremamente perturbada e acha que reside na casa da terceira bruxa, decidindo investigar tudo ao seu redor. Desesperada, ela escreve uma carta para seu irmão, Mark, que estuda música em Roma, pedindo que venha a Nova York ajudá-la. Após uma série de acontecimentos, Mark enfim lê o conteúdo da carta e decide ir para Nova York ver sua irmã.

Argento se utiliza de vários elementos clássicos do gênero, como luzes que se ascendem e apagam misteriosamente, janelas que se movimentam com o vento, gatos assustando os personagens, porões escuros e medonhos, a típica trilha sonora para criar uma atmosfera de suspense, com a música aumentando de acordo com a aproximação do clímax de cada cena, cantos misteriosos e, nas cenas externas, a neblina que sai do chão sob a luz do luar.

Apesar de algumas cenas soarem forçadas demais, – como a que personagem Sara, amiga do protagonista, mesmo depois de já ter levado uma facada nas costas e caído no chão, reaparece na sala, caindo por detrás de uma cortina e morrendo bem na frente de Mark – o filme consegue prender a atenção com alguns ganchos de suspense e sequências em que os personagens passam por situações tensas de fuga e medo, embora a fórmula se desgaste ao longo da película.

Talvez o maior trunfo seja o mistério em torno da identidade do autor por trás dos acontecimentos sinistros e das mortes dos personagens. É de se elogiar também a belíssima fotografia que a obra apresenta com enquadramentos e um jogo de cores bastante interessantes e o uso de uma câmera subjetiva que sugere o olhar do vento em busca de algo ou ainda o foco no luar, criando um ambiente enigmático na narração.

Por fim, a história do longa é interessante, mas tropeça em uma sequência surrealista e complicada. Se os próprios personagens parecem confusos em diversas cenas, o que dirá dos espectadores? É preciso um olhar atento para entender o desenrolar das ações e compreender a intenção de Argento com esta história, feita sob medida para os fãs do cinema místico.

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